A minha pesquisa prática sobre o teatro de objetos segue.
Foram observados alguns exercícios específicos para a investigação e experimentação dos objetos, e outros exercícios específicos do teatro de animação, que trarei em outro post.
Mas hoje quero me deter a outro ponto deste projeto de pesquisa, que considero de suma importância dentro desta equação.
A artista pesquisadora.
Muitos questionamentos invadem a minha mente, insegurança, ansiedade auto cobrança para entregar um material de qualidade, para dar conta de todo projeto, pensar e roteirizar o vídeo final, organizar as oficinas que aconteceram na última semana.
Uma mente inquieta pode ajudar na criação de algo novo, mas ela também pode atrapalhar.
Recordo muito de uma frase dita por um professor durante a minha graduação, “Não pensa, faz!”, e eu não paro de pensar nisso.
Atuar é escutar o outro.
No teatro de objetos isso não é diferente, é necessário escutar os objetos, eles contam uma história, cada um sugere algo durante os ensaios. E essas vozes dentro da minha cabeça, carregadas de cobrança, me ensurdecem, e impedem que eu consiga escutar com clareza os objetos.
Mas o que fazer nessa hora?
Gostaria de ter essa resposta, tento e luto contra essas vozes todos os dias.
O que sigo são os ensinamentos que me passaram durante a graduação, respiração, concentração, trazer a mente para o aqui e agora, deixar todos os problemas longe da mente e fora da sala de ensaio. Não é fácil, mas faz parte da profissão.
Outra coisa que ocorre dentro de um projeto de pesquisa, criação e desenvolvimento é o famoso limbo. Momento em que o artista se sente completamente perdido dentro do seu processo, sem saber para onde correr, qual passo dar, em que direção seguir, parece que nada vai dar certo.
Mas isso faz parte do processo, e cabe a nós, artistas aprendermos a lidar com isso, cada um à sua maneira.
Fiquei por muito tempo pensando se falaria sobre esse assunto no blog. Depois de muito refleti e conversar com colegas, cheguei à conclusão que sim, mostrar esse lado do processo criativo é muito importante, pois ele também faz parte do processo criativo.
E se esse texto chegar até um artista ou estudante que esteja passando por isso, quero que você saiba que não está sozinho. Se acalme, respire, concentre-se e siga em frente, isso vai passar.
Projeto executado através do Edital Criação e Formação Diversidade das Culturas realizado com recursos da Lei Aldir Blanc n°14.017/20.
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