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Os primeiros passos

Foto do escritor: Jessica UllmannJessica Ullmann

Atualizado: 19 de jun. de 2021

Como iniciar um processo de pesquisa e ensaio? Creio que este é um questionamento que todo pesquisador tem. Mas se não dermos o primeiro passo, nada irá acontecer...

Após alguns dias, de pesquisa, de leitura e releitura e de questionamentos próprios, sobre minha capacidade de desenvolver o projeto, finalmente iniciei a parte prática.


Peguei uma caixa na qual estava separando alguns objetos, desde o dia #1 do projeto, e os dispus em cima de uma mesa, para me relembrar deles.

- Canetas Compactor de várias cores;

- Tesoura;

- Óculos de grau;

- Óculos de sol, sem uma das lentes

- Rolo de papel higiênico;

- Rolo de papel toalha;

- Xícaras (quebradas e inteiras);

- Talheres;

- Cola branca;

- Clips de papel;

- Prendedor de roupas;

- Lapiseira;

- Canetas marca texto;

- Estojo escolar;

- Embalagens vazias;

- Palitos de churrasco.


Fiquei um longo período analisando os objetos, sem saber como prosseguir. Neste momento me recordei da oficina virtual com a atriz Sandra Vargas, do grupo Sobrevento, oferecida através dos “Encontros Diálogos com Artistas”. Estes encontros fizeram parte do cronograma do plano de ensino da disciplina Laboratório de Teatro - Teatro de Formas Animadas, turma de 2020/02, dos cursos do Departamento de Artes Cênicas (CEN) do Instituto de Artes (IA) da Universidade de Brasília (UnB), ministrada pela professora Fabiana Lazzari, em 26/03/2021.


Nesta ocasião, Sandra Vargas me apresentou ao conceito de “família” de objetos, no qual cada item pertence a um grupo, como por exemplo, cozinha, ferramentas, costura, escritório, etc. E assim os dispus.


Em sua aula, Sandra argumenta que objetos pertencentes a uma mesma família são mais críveis, aos olhos do espectador, para gerarem associações metafóricas. Outras associações sugeridas por Sandra Vargas são a partir da forma, cor, movimento, função e semântica.


Após a disposição dos objetos citados, percebi que, talvez, alguns deles não seriam úteis, porém não quis descartar nenhum de antemão, mas sim agregar outros posteriormente.


Depois de preparar os objetos, chegou o momento de preparar a atriz manipuladora, trabalhando a postura, foco, concentração, aquecimento e fortalecimento dos braços para melhor qualidade de movimento. Irei transcorrer mais sobre o assunto em outro post, dedicado ao assunto.


Após o aquecimento iniciei uma pesquisa sobre os objetos. Cada um possui uma funcionalidade e características físicas próprias que resultam em uma movimentação única, baseada em sua funcionalidade cotidiana. Esse exercício exploratório durou alguns minutos. No entanto, a minha ansiedade e racionalidade tomaram conta, me impedindo de escutar o que os objetos queriam dizer. Isso resultou em uma experiência limitada, na qual construí uma estrutura cênica com a utilização das canetas.


A esta estrutura dei o nome de “Histórias das Cores”, na qual as canetas queriam se mudar de uma “casa” para outra, porém eram impedidas por um frasco de cola, chamado “Senhor Máximo”. Assim, cada caneta que representava uma cor, argumentava o porquê sua passagem deveria ser liberada.


Neste processo criativo, me vi atrelada a uma história infantil, muito parecida com “A cor de Coraline”, de Alexandre Rapazzo. Não exlcluo a possibilidade de desenvolver melhor esta obra no futuro, entretanto quero mostrar o outro lado do teatro de objetos, desassociando de um teatro infantil e tornando-o atraente para todas as idades.


Nos ensaios seguintes, procurei experimentar outros objetos e seus movimentos, buscando dar voz ao que eles poderiam sugerir e esquecendo a minha racionalidade. Isso resultou em alguns experimentos interessantes, que mostrarei em vídeo.


Mas talvez minha maior descoberta foi a “História dos Sapatos” (título provisório), na qual construí uma associação familiar entre um sapato feminino, um masculino e um infantil. Comecei a pesquisá-los em situações cotidianas entre uma família, como pai, mãe e filha. Esta pesquisa resultou em momentos interessantes, os quais ainda estou trabalhando.


A minha pesquisa prática não está sendo fácil. São muitas questões, dúvidas, inseguranças e cobranças que limitam a minha capacidade de percepção e escuta dos objetos. Mas esse é um processo parcial e curto, no qual espero desenvolver um trabalho posterior e me qualificar como atriz manipuladora e pesquisadora.


Projeto executado através do Edital Criação e Formação Diversidade das Culturas realizado com recursos da Lei Aldir Blanc n°14.017/20.


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