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  • Foto do escritorJessica Ullmann

A minha pesquisa prática sobre o teatro de objetos segue.


Foram observados alguns exercícios específicos para a investigação e experimentação dos objetos, e outros exercícios específicos do teatro de animação, que trarei em outro post.


Mas hoje quero me deter a outro ponto deste projeto de pesquisa, que considero de suma importância dentro desta equação.


A artista pesquisadora.


Muitos questionamentos invadem a minha mente, insegurança, ansiedade auto cobrança para entregar um material de qualidade, para dar conta de todo projeto, pensar e roteirizar o vídeo final, organizar as oficinas que aconteceram na última semana.


Uma mente inquieta pode ajudar na criação de algo novo, mas ela também pode atrapalhar.


Recordo muito de uma frase dita por um professor durante a minha graduação, “Não pensa, faz!”, e eu não paro de pensar nisso.


Atuar é escutar o outro.


No teatro de objetos isso não é diferente, é necessário escutar os objetos, eles contam uma história, cada um sugere algo durante os ensaios. E essas vozes dentro da minha cabeça, carregadas de cobrança, me ensurdecem, e impedem que eu consiga escutar com clareza os objetos.


Mas o que fazer nessa hora?


Gostaria de ter essa resposta, tento e luto contra essas vozes todos os dias.


O que sigo são os ensinamentos que me passaram durante a graduação, respiração, concentração, trazer a mente para o aqui e agora, deixar todos os problemas longe da mente e fora da sala de ensaio. Não é fácil, mas faz parte da profissão.


Outra coisa que ocorre dentro de um projeto de pesquisa, criação e desenvolvimento é o famoso limbo. Momento em que o artista se sente completamente perdido dentro do seu processo, sem saber para onde correr, qual passo dar, em que direção seguir, parece que nada vai dar certo.

Mas isso faz parte do processo, e cabe a nós, artistas aprendermos a lidar com isso, cada um à sua maneira.


Fiquei por muito tempo pensando se falaria sobre esse assunto no blog. Depois de muito refleti e conversar com colegas, cheguei à conclusão que sim, mostrar esse lado do processo criativo é muito importante, pois ele também faz parte do processo criativo.


E se esse texto chegar até um artista ou estudante que esteja passando por isso, quero que você saiba que não está sozinho. Se acalme, respire, concentre-se e siga em frente, isso vai passar.


Projeto executado através do Edital Criação e Formação Diversidade das Culturas realizado com recursos da Lei Aldir Blanc n°14.017/20.

  • Foto do escritorJessica Ullmann

Esta semana começou as divulgações para as oficinas oferecidas através do projeto Ânima.


Elas são destinadas para os alunos da UFSM, mas caso você tenha interesse em participar, pode entrar em contato comigo, através do meu Instagram @jessicaulmannnh, para conversarmos.



MANIPULARE


Este encontro virtual pretende abordar os princípios do teatro de animação, tendo como base sua característica de processo comunicativo onde o hiperdimensionamento da função poética atribui, por convenção, o valor de objeto vivo ao inanimado. Apoiando-se no fato de que o teatro de animação é a arte do irreal tornado real, é o invisível tornado visível, onde o ator empresta sua força vital aos objetos, para criar um ambiente fictícios de vida. O encontro também ressalta a importância dos treinamentos do ator, para o teatro de animação, iniciando por perceber seu corpo, neutralizar sua energia e emprestar sua energia vital (sua força), aos objetos, simulando vida e autonomia a eles. Enfatiza que o ator manipulador em cena estará a serviço do objeto e, aos olhos do público, ele estará em segundo plano: o protagonista será sempre o objeto.


Dia 08/06/2021, ás 18:30 – plataforma Zoom (link para oficina será enviada posteriormente)

Duração da oficina 50 min



ILUMINARE


Este encontro virtual pretende abordar noções básicas de iluminação cênica, envolvendo conceitos técnicos, históricos e artísticos das diferentes formas de iluminar. Destacando os caminhos da evolução tecnológica, bem como suas aplicações num projeto artístico. O encontro pretende abordar os conceitos básicos da iluminação, equipamentos, tipos de lâmpadas e efeitos de cor, a percepção da luz como parte do objeto cênico, operação e elaboração de um projeto de luz. Destacando o espetáculo Khalen, no qual foram construídos objetos cênicos, como parte integrante do cenário e da iluminação.


Duração da oficina 50 min

Dia 10/06/2021, ás 18:30 – plataforma Zoom (link para oficina será enviada posteriormente)


Oficinas oferecidas pelo projeto Ânima, uma pesquisa sobre o teatro de objetos

Projeto executado através do Edital Criação e Formação Diversidade das Culturas realizado com recursos da Lei Aldir Blanc n°14.017/20.

  • Foto do escritorJessica Ullmann

Como iniciar um processo de pesquisa e ensaio? Creio que este é um questionamento que todo pesquisador tem. Mas se não dermos o primeiro passo, nada irá acontecer...

Após alguns dias, de pesquisa, de leitura e releitura e de questionamentos próprios, sobre minha capacidade de desenvolver o projeto, finalmente iniciei a parte prática.


Peguei uma caixa na qual estava separando alguns objetos, desde o dia #1 do projeto, e os dispus em cima de uma mesa, para me relembrar deles.

- Canetas Compactor de várias cores;

- Tesoura;

- Óculos de grau;

- Óculos de sol, sem uma das lentes

- Rolo de papel higiênico;

- Rolo de papel toalha;

- Xícaras (quebradas e inteiras);

- Talheres;

- Cola branca;

- Clips de papel;

- Prendedor de roupas;

- Lapiseira;

- Canetas marca texto;

- Estojo escolar;

- Embalagens vazias;

- Palitos de churrasco.


Fiquei um longo período analisando os objetos, sem saber como prosseguir. Neste momento me recordei da oficina virtual com a atriz Sandra Vargas, do grupo Sobrevento, oferecida através dos “Encontros Diálogos com Artistas”. Estes encontros fizeram parte do cronograma do plano de ensino da disciplina Laboratório de Teatro - Teatro de Formas Animadas, turma de 2020/02, dos cursos do Departamento de Artes Cênicas (CEN) do Instituto de Artes (IA) da Universidade de Brasília (UnB), ministrada pela professora Fabiana Lazzari, em 26/03/2021.


Nesta ocasião, Sandra Vargas me apresentou ao conceito de “família” de objetos, no qual cada item pertence a um grupo, como por exemplo, cozinha, ferramentas, costura, escritório, etc. E assim os dispus.


Em sua aula, Sandra argumenta que objetos pertencentes a uma mesma família são mais críveis, aos olhos do espectador, para gerarem associações metafóricas. Outras associações sugeridas por Sandra Vargas são a partir da forma, cor, movimento, função e semântica.


Após a disposição dos objetos citados, percebi que, talvez, alguns deles não seriam úteis, porém não quis descartar nenhum de antemão, mas sim agregar outros posteriormente.


Depois de preparar os objetos, chegou o momento de preparar a atriz manipuladora, trabalhando a postura, foco, concentração, aquecimento e fortalecimento dos braços para melhor qualidade de movimento. Irei transcorrer mais sobre o assunto em outro post, dedicado ao assunto.


Após o aquecimento iniciei uma pesquisa sobre os objetos. Cada um possui uma funcionalidade e características físicas próprias que resultam em uma movimentação única, baseada em sua funcionalidade cotidiana. Esse exercício exploratório durou alguns minutos. No entanto, a minha ansiedade e racionalidade tomaram conta, me impedindo de escutar o que os objetos queriam dizer. Isso resultou em uma experiência limitada, na qual construí uma estrutura cênica com a utilização das canetas.


A esta estrutura dei o nome de “Histórias das Cores”, na qual as canetas queriam se mudar de uma “casa” para outra, porém eram impedidas por um frasco de cola, chamado “Senhor Máximo”. Assim, cada caneta que representava uma cor, argumentava o porquê sua passagem deveria ser liberada.


Neste processo criativo, me vi atrelada a uma história infantil, muito parecida com “A cor de Coraline”, de Alexandre Rapazzo. Não exlcluo a possibilidade de desenvolver melhor esta obra no futuro, entretanto quero mostrar o outro lado do teatro de objetos, desassociando de um teatro infantil e tornando-o atraente para todas as idades.


Nos ensaios seguintes, procurei experimentar outros objetos e seus movimentos, buscando dar voz ao que eles poderiam sugerir e esquecendo a minha racionalidade. Isso resultou em alguns experimentos interessantes, que mostrarei em vídeo.


Mas talvez minha maior descoberta foi a “História dos Sapatos” (título provisório), na qual construí uma associação familiar entre um sapato feminino, um masculino e um infantil. Comecei a pesquisá-los em situações cotidianas entre uma família, como pai, mãe e filha. Esta pesquisa resultou em momentos interessantes, os quais ainda estou trabalhando.


A minha pesquisa prática não está sendo fácil. São muitas questões, dúvidas, inseguranças e cobranças que limitam a minha capacidade de percepção e escuta dos objetos. Mas esse é um processo parcial e curto, no qual espero desenvolver um trabalho posterior e me qualificar como atriz manipuladora e pesquisadora.


Projeto executado através do Edital Criação e Formação Diversidade das Culturas realizado com recursos da Lei Aldir Blanc n°14.017/20.


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